segunda-feira, 5 de julho de 2010

Permanentemente em regime transiente

Faz já algum tempo que durante um pequeno grupo, fomos incentivados a escrever um salmo. Como verso não é lá muito o meu forte, principalmente se me derem um intervalo de tempo não muito longo, decidi escrever em prosa, e não ficou com nenhuma cara de salmo. No entanto, foi um texto que diz respeito a algumas coisas que cruzavam minha mente no momento. Apesar de ter sido em português, ele contém alguns termos mais técnicos, e por isso, vou tentar dar uma breve explicação:

Imagine que você tem uma caixa, que está parada e você quer levar pra um outro lugar, empurrando. Quando você começa a empurrar, ela ainda está parada, e leva um tempinho até ela estabilizar novamente a uma determinada velocidade, de acordo com a força que você empurra. Este período entre um e outro pode ser chamado de regime transiente. Quando você está empurrando, e a velocidade não muda mais, a caixa agora está em regime permanente a uma determinada velocidade. Quando você para de empurrar, novamente leva um tempinho até a caixa parar (outro regime transiente), e chega ao regime permanente quando finalmente para. Agora imagine que tem 50 pessoas, cada uma querendo levar a caixa pra um lugar totalmente diferente. A caixa nunca entrará em um regime permanente, dado que os estímulos externos sempre estarão variando tanto em intensidade quanto em direção.

Acho que acabou sendo mais confuso que esclarecedor, mas vamos ao texto (ligeiramente modificado):

À espera de um regime permanente sempre estive. Aquele momento "logo ali", e sempre "logo ali". Assim tem sido minha estratégia, tanto na vida real, quanto na vida virtual (mais especificamente jogos). Na real, aceitando desafios de pegar caminhos árduos, na esperança de uma vida fácil que teria em consequência disso. Na virtual, pela própria estratégia que costumo adotar em jogos: tentar se estabilizar, chegar a um ponto sem grandes necessidades de mudança, para só então prosseguir.

Mas o regime permanente não chegou, e hoje já não mais espero por ele. Antes, sou submetido a estímulos externos nas várias dimensões da vida. Tenho uma (muito) limitada capacidade de influenciar isso tudo, mas sou grato por ter um Deus "tapeceiro", que atua na complexidade "infinita" de todas essas dimensões e gera uma vida abençoada, também em várias dimensões.

A mim, resta confiar que todos os impulsos, degraus e sinais externos de toda sorte são uma fantástica forma divina de guiar-me.

"O vento sopra onde quer. Ninguém sabe de onde ele vem e nem para onde ele vai no seu caminho (...) Assim também viverá aquele que quiser andar ao lado de Deus e fazer sua vontade. Hoje estará por aqui. Quem sabe, amanhã vai partir. Mas onde estiver é feliz de verdade".

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