domingo, 28 de março de 2010

O "segredo" pra não gastar dinheiro

Obs inicial: Esse post se dedica àqueles que ganham mais que o suficiente para a sobrevivência básica (que creio eu ser o caso da maioria (se não a totalidade) dos leitores do blog). Não haverá aqui dicas de como comprar arroz mais barato ou coisas do gênero, mas sim algumas dicas em como não gastar com o que não é necessário.

Há algum tempo já tive idéia de postar a respeito do assunto, mas por algum motivo, não postei e esqueci da idéia, até que recebi recentemente esse artigo de um site de notícias cristão (em inglês).

Na verdade, a idéia inicial que tive era mais pensando no "lado negro" do marketing. Basicamente o objetivo final de uma propaganda é gerar uma necessidade por um produto específico (para simplificar, estou tratando serviços também como um produto). Posso não estar sendo totalmente abrangente, mas acho que esse conceito se aplica a boa parte das propagandas. A propaganda perfeita é aquela que gera em sua platéia um sentimento de insatisfação naqueles que não têm acesso ao produto (ainda), e satisfação naqueles que já o tem (às vezes aliada a um pouco de insatisfação também no caso de um existir um produto melhor, ou a posse de múltiplos produtos gerar um benefício maior).

O público-alvo é justamente isso: as pessoas com maior tendência de se sentirem insatisfeitas ao não ter o produto; e consequentemente mais dispostas a se desfazerem de algo (geralmente dinheiro, mas podendo ser outras coisas como informações, ou serviços) em prol de ter o produto anunciado (ou se já têm, ter mais).

Pessoalmente, não sou contra a insatisfação. Para mim, ela é um dos principais combustíveis da mudança. Aos matemáticos de plantão, a insatisfação em geral faz a derivada da vida se afastar da origem (gostei). Quando estou totalmente satisfeito, não tenho incentivos pra mudar. Se estou satisfeito com meu trabalho, não penso em mudar de emprego. Se estou satisfeito com a situação do mundo, não procuro fazer nada para melhorá-lo. Se estou satisfeito com uma vida de pecado, provavelmente continuarei na vida de pecado (um coração quebrantado é um coração insatisfeito). Jesus veio ao mundo porque estava insatisfeito com a situação do homem.

Poderia ir um pouco mais além nessa teoria da insatisfação, mas voltarei ao foco do meu post. É bastante comum as pessoas se sentirem insatisfeitas com "as coisas erradas" ou quando a insatisfação gera os frutos errados, e um exemplo clássico é o estereótipo do consumidor compulsivo. Recentemente vi duas idéias de como combater a compulsividade. A primeira ("roubada" dessa pergunta sobre como evitar compras por impulso (em inglês também)) consiste em dar trabalho pra ela (aplicado pra quem usa cartão pra fazer compras, mas se você usa dinheiro, tenha sempre pouco na carteira hehe):

Embrulhe seu cartão (ou seus cartões) em um papel e cole (ou coloque fitas adesivas), de tal forma que pra usar, você tenha que rasgar o papel. Escreva dos dois lados do papel: "Você realmente precisa comprar isso?". Um cartão de crédito tem a desvantagem de ser muito fácil de usar, e você não ter a impressão de estar gastando dinheiro. O objetivo aqui é justamente colocar barreiras pra compra não ser feita por impulso, mas de forma mais racional. Além disso, você vai ter que "pagar o mico" de rasgar um papel pra pegar o cartão de crédito, que pode ser mais um incentivo pra não gastar.

Essa primeira solução, no entanto, não combate o problema na raiz. Ela apenas dificulta a manifestação do mesmo, mas já pode ajudar um pouco. Para resolver o problema na raiz existe uma solução muito simples (e complicada de se aplicar): se contente com o que você tem. É fácil falar, eu sei. Mas pra não ficar tão no ar, deixo aqui algumas sugestões pra ajudar nesse objetivo


  • Faça uma lista de bênçãos já presentes na sua vida - Escreva essa lista. Deixe-a o mais longa possível. Liste bens materiais, pessoas, eventos. Tudo de bom que conseguir se lembrar. Faça isso com certa frequência, e gaste no mínimo 5 minutos pensando/escrevendo
  • Faça um trabalho voluntário em alguma comunidade pobre - de preferência com determinada frequência, mas pode ser uma vez ou outra. Ver como as pessoas vivem com bem menos que você ajuda a se ter uma noção melhor na hora de se responder se você realmente precisa comprar determinada coisa. Isso sem contar os inúmeros benefícios pra você e pra comunidade alvo.
  • Conscientize-se de que suas lutas são temporárias - Se você já está devendo mais do que deveria (frase estranha hehe), conscientize-se de que isso é temporário (principalmente se você "se comportar"). Relembre de outros problemas que teve, e de como Deus te livrou.
  • Evite comparações - e daí que o vizinho agora tem uma TV melhor que a sua, ou determinada pessoa tem um vestido mais bonito que o seu? Em vez de tentar ser melhor, alegre-se juntamente com seu próximo pela conquista.
  • Encontre a sua paz em Deus - em diversos casos, a origem da compulsividade da compra é a compensação de alguma frustração. Algumas pessoas vão comer chocolate quando estão deprimidas, outras vão dormir, outras vão às compras (perigo!). Não deixe que compras seja seu minimizador de depressão, antes, encontre sua paz em Deus. Além disso, Ele é poderoso pra te ajudar na luta, e proporcionar muitas outras bênçãos (ainda que algumas "doloridas")
Pra finalizar, e enfatizar o último ponto, deixo aqui dois versículos de Filipenses 4

12Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando necessidade.

13Tudo posso naquele que me fortalece.


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